“Como vai?
Tudo bem?Saudade!
Vamos lá, prá zuarLuminosidade...
Eu vou bem, tô relax
No stress
Quero verAlegria estampada no rosto...
Brasil de quê?
Da morena que samba
Do futebol e a torcida comanda
Terra do Carnaval e do trabalhador
É de Caê, é de calor...
Capoeira!
Dim Dim Dim, Dim Dim...
Hê Hê Hê Hê Hê Hê Hê!
É do samba, é do Reggae, Axé
Tá no sangue
É do rei Pelé
É Velô, é Saudade, é Senna
Sou Brasil, quem não é:
Que pena!"
(Daniela Mercury – Levada Brasileira)
É notório o desafio em explanar sobre assuntos de contexto social, pois existem inúmeras controvérsias. Autores que apresentam pontos de vista díspares e argumentos que nos deixam vulneráveis. Respondendo as perguntas, estes acontecimentos acima salientados se aproximam através de um ponto nodal que, na verdade, leva-nos a uma rede de significados: o “jeitinho brasileiro”.
Pode-se dizer, que o “jeitinho’’ não só circunda a identidade nacional, mas também, deve ser tido como um processo de navegação social, caminhando nos limiares do positivo e do negativo, ‘’brincando’’ com essa dicotomia da maneira mais complexa possível. Assim, o” jeitinho “expressa o espírito cordial, conciliador, jovial, caloroso e humano de um país jovem, tropical, sensual e aberto a uma infinidade de possibilidades. Essas opiniões são respaldadas através das sutilezas da cultura mestiça brasileira, a famosa “fábula das três raças”, que numa mesma extensão territorial consegue abrigar de forma sincrética uma civilização simbiótica.
Essa aparente ausência de segregação, talvez tenha atribuído ao povo brasileiro o seu caráter de nação singular, em que a mestiçagem “corrobora a mais perfeita harmonia” entre três raças (branca, negra e índia). Destarte, acredito que o conceito pioneiro do “jeitinho brasileiro” seja justificado através do mito do não apartheid. O brasileiro é o resultado de um laboratório racial e no âmago da sua existência se encontram as arte-manhas para transformar em proeza, as adversidades que se tem no co-habitar de realidades tão extremadas.
O futebol, por exemplo, é permeado desse sentimento. Nossos dribles, nossas infindáveis boas jogadas, os nossos craques, a vibração de nossa torcida, o grito de Galvão Bueno de incomensurável emoção; tudo isso parece ser tão original, tão tipicamente brasileiro, tão incomum. Essa sensação de “singularidade” é conseqüência direta desse “jeitinho brasileiro de ser”.
Assim sendo, cabe-nos o seguinte questionamento, a saber: Por que essa expressão é tão presente nas formações discursivas no que se refere a Brasil?
Nenhum comentário:
Postar um comentário