sábado, 20 de junho de 2009

“...Não me compare, sou incomum...”




















“Como vai?

Tudo bem?Saudade!

Vamos lá, prá zuarLuminosidade...

Eu vou bem, tô relax

No stress

Quero verAlegria estampada no rosto...

Brasil de quê?

Da morena que samba

Do futebol e a torcida comanda

Terra do Carnaval e do trabalhador

É de Caê, é de calor...

Capoeira!

Dim Dim Dim, Dim Dim...

Hê Hê Hê Hê Hê Hê Hê!

É do samba, é do Reggae, Axé

Tá no sangue

É do rei Pelé

É Velô, é Saudade, é Senna

Sou Brasil, quem não é:


Que pena!"


(Daniela Mercury – Levada Brasileira)



É notório o desafio em explanar sobre assuntos de contexto social, pois existem inúmeras controvérsias. Autores que apresentam pontos de vista díspares e argumentos que nos deixam vulneráveis. Respondendo as perguntas, estes acontecimentos acima salientados se aproximam através de um ponto nodal que, na verdade, leva-nos a uma rede de significados: o “jeitinho brasileiro”.

Pode-se dizer, que o “jeitinho’’ não só circunda a identidade nacional, mas também, deve ser tido como um processo de navegação social, caminhando nos limiares do positivo e do negativo, ‘’brincando’’ com essa dicotomia da maneira mais complexa possível. Assim, o” jeitinho “expressa o espírito cordial, conciliador, jovial, caloroso e humano de um país jovem, tropical, sensual e aberto a uma infinidade de possibilidades. Essas opiniões são respaldadas através das sutilezas da cultura mestiça brasileira, a famosa “fábula das três raças”, que numa mesma extensão territorial consegue abrigar de forma sincrética uma civilização simbiótica.

Essa aparente ausência de segregação, talvez tenha atribuído ao povo brasileiro o seu caráter de nação singular, em que a mestiçagem “corrobora a mais perfeita harmonia” entre três raças (branca, negra e índia). Destarte, acredito que o conceito pioneiro do “jeitinho brasileiro” seja justificado através do mito do não apartheid. O brasileiro é o resultado de um laboratório racial e no âmago da sua existência se encontram as arte-manhas para transformar em proeza, as adversidades que se tem no co-habitar de realidades tão extremadas.

O futebol, por exemplo, é permeado desse sentimento. Nossos dribles, nossas infindáveis boas jogadas, os nossos craques, a vibração de nossa torcida, o grito de Galvão Bueno de incomensurável emoção; tudo isso parece ser tão original, tão tipicamente brasileiro, tão incomum. Essa sensação de “singularidade” é conseqüência direta desse “jeitinho brasileiro de ser”.



Assim sendo, cabe-nos o seguinte questionamento, a saber: Por que essa expressão é tão presente nas formações discursivas no que se refere a Brasil?














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